O escritor Bruno
Ribeiro é multicultural: tradutor, roteirista, membro de banda de música, de
grupo literário, blogueiro e jornalista com passagem por vários veículos na
Paraíba e fora do Estado. Sua mais nova “invenção” – se me permite chamar assim
– foi o concorrido lançamento do livro “Febre de Enxofre” em João Pessoa e
Campina Grande.
Ele é mineiro, mas
está radicado na Paraíba, onde, entre outras coisas, realiza sua produção
intelectual. Aliás, Bruno Ribeiro não se detém a lugares ou endereços, recentemente
esteve por quatro anos na Argentina e está de volta com o romance “Febre de
Enxofre” na bagagem, cuja obra é ambientada em Campina Grande, João Pessoa e
Buenos Aires. O lançamento aconteceu no dia 1º em João Pessoa e no dia 8 de
dezembro em Campina.
Segundo relatos do
autor, o romance tem como personagem Yuri Quirino, um poeta desiludido que,
após se despedir da mulher amada conhece Manuel di Paula, uma criatura estranha
que oferece uma oportunidade peculiar de trabalho para ele: escrever sua
biografia. Para escrevê-la, Yuri viaja até a cidade natal de Manuel, Buenos
Aires, e termina entrando em uma voragem absurda de horror e perdição. O
romance tem 274 páginas e sai pela Editora Penalux.
Para Guillermo
Saavedra, "Os méritos do relato de Bruno Ribeiro são evidentes: uma
escritura segura de si mesma, não ostentosa, posta ao serviço do material
narrado em um delicado equilíbrio entre o coloquial e o culto, o prosaico e o
sagrado, a alucinação e a realidade, o humor e o horror, em uma história que
pode ser lida como uma versão pós-moderna de um dos grandes mitos da literatura
moderna: o vampirismo."
O escritor Luis
Chitarroni também teceu comentário sobre o romance e destacou: "Febre de
Enxofre tende a se converter em um jogo de bonecas russas, ou espelhos
confrontados, onde um e outro pisam na cauda do outro mutuamente. Um livro que
assume riscos e cumpre com as expectativas que se propõe. Destaco a convicção
de escritor que sustenta e impulsiona a obra."
"Diz-se que
alguns autores, tal como Georges Bataille, escrevem para se apagar do mundo.
Parece ser exatamente o caso de Bruno Ribeiro: Febre de Enxofre brinca com o
real, o fictício e o imaginário na busca de uma forma de desaparecer
completamente. Bom ver que ainda temos escritores assim”, disse o escritor
paulista Wander Shirukaya.
No prefácio, a
escritora argentina Mariana Travacio, faz as seguintes considerações: "Ler
Febre de Enxofre é uma festa literária: é passar do Deus está morto à
extremidade de um inferno eterno: é uma trama sem tréguas, um tratado sobre a
poesia, uma pergunta em torno da (consciência de) finitude, um derramamento de
criatividade; sim, é tudo isso, mas também, e fundamentalmente, uma pergunta
sobre a linguagem, porque é na prosa desse romance que se jogam todas as
batalhas que são, no fundo, uma única batalha: a da literatura que permanece de
pé para nos lembrar que escrever é um risco e que temos que aceitá-lo sem
pudores.
É isso que Bruno
Ribeiro faz: escreve sem pudor, assumindo todos os riscos, sem que o importe
nada mais do que fazer boa literatura.[...] Encontrar, nestes dias, um livro
como esse é motivo de felicidade para os leitores. Em Febre de Enxofre, Ribeiro
toca em todos os pontos centrais da poética. Estabelece uma alegoria bela e
macabra: os seus tópicos estéticos personificados e em cena dançam ao ritmo de
um texto alucinado e absolutamente imprescindível."
Sobre Bruno Ribeiro
Bruno Ribeiro nasceu
em 1989, um mineiro radicado na Paraíba. É tradutor, escritor, roteirista e
membro da banda Creepypasta. Membro do extinto grupo literário paraibano CAIXA
BAIXA, já publicou e foi destaque em jornais, revistas, blogues e antologias,
como a Revista Germina, a Pulp Fiction da Homo Literatus, a revista Blecaute,
antologias da Editora Estronho, a revista uruguaia Literatosis, O Inimigo,
THUMP - o canal de música eletrônica da Vice, 2 mil toques, o jornal
Contraponto, Jornal da Paraíba, Jornal do Commercio, Diário de Pernambuco, Zero
Hora e O Globo.
Autor dos livros
Arranhando Paredes (Bartlebee, 2014) traduzido para o espanhol pela editora
argentina Outsider e Febre de Enxofre (Penalux, 2016). Mestre em Escrita
Criativa pela Universidad Nacional de Tres de Febrero, editor da Revista Sexus,
foi um dos vencedores do concurso literário Brasil em Prosa (com mais de 6 mil
inscritos), promovido pelo jornal O Globo e pela Amazon com apoio da Samsung, e
também foi finalista do Prêmio Sesc de Literatura 2016.
Bruno ainda edita o
blogue: https://brunoribeiroblog.wordpress.com
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